A origem da Escola Dominical remonta aos tempos bíblicos quando Deus ordenou ao seu povo Israel que ensinasse a Lei de geração a geração. Dessa forma a história do ensino bíblico descortina-se a partir dos dias de Moisés, passando pelos tempos dos reis, dos sacerdotes e dos profetas, de Esdras, do ministério terreno do Senhor Jesus e da Primitiva Igreja. Não fossem esses inícios tão longínquos, não teríamos hoje a Escola Dominical.
Porém, antes de sumariarmos a história da Escola Dominical em sua fase moderna, é mister evocar os grandes vultos do Cristianismo que muito contribuíram para o ensino e divulgação da Palavra de Deus. Como esquecer os chamados pais da Igreja que lhes seguiram o exemplo? Lembremo-nos de Orígenes, Clemente de Alexandria, Justino o Mártir, Gregório Nazianzeno, Agostinho e outros doutores igualmente ilustres. Todos eles magnos discipuladores.
E o quedizer do Dr. Lutero? O grande reformador do século XVI que, apesar dos seus grandes e inadiáveis compromissos, ainda encontrava tempo para ensinar as crianças. Veja-se o livro que que lhes escreveu. Foram esses piedosos de Cristo que abriram caminho até que a Escola Dominical adquirisse os atuais contornos.
A Escola Dominical do nosso tempo nasceu de visão de um homem que, compadecido com as crianças de sua cidade, quis dar-lhes um novo e promissor horizonte. Como ficar insensível ante a situação daqueles meninos e meninas que, sem rumo, perambulavam pelas ruas de Gloucester? Nessa Cidade, localizada no Sul da Inglaterra, a delinquência infantil era um problema que parecia insolúvel. Aqueles menores roubavam, viciavam-se e eram viciados; achavam-se sempre envolvidos os piores delitos.
É nesse momento tão difícil que o jornalista episcopal Robert Raikes entra em ação. Tinha ele 44 anos quando saiu pelas ruas a convidar os pequenos transgressores a que se reunissem todos os Domingos para aprender a Palavra de Deus. Juntamente com o ensino da Bíblia, ministrava-lhes várias matérias seculares: matemática, história e a língua materna - o inglês.
Não demorou muito, e a escola de Raikes já era bem popular. Entretanto, a oposição não tardou a chegar. Muitos eram os que o acusavam de estar quebrantando o Domingo. "Onde já se viu comprometer o dia do Senhor com esses moleques? Será que o Sr. Raikes não sabe que o domingo existe para ser consagrado a Deus?", diziam os opositores dentro da própria igreja. Robert Raikes sabia-o muito bem. Ele também sabia que Deus é adorado através do nosso trabalho amoroso incondicional.
Embora haja começado a trabalhar em 1780, foi somente em 1783, após três anos de oração, observações e experimentos, que Robert Raikes resolveu divulgar os resultados de sua obra pioneira. No dia três de novembro de 1783, Raikes publica, em seu jornal, o que Deus operara e continuava a operar na vida daqueles meninos de Gloucester. Eis porque a data foi escolhida como o dia da fundação da Escola Dominical.
A Escola Dominical constitui hoje um dos baluartes da Igreja de Cristo. Tornou-se tão importante, que já não podemos conceber uma igreja sem ela. É nessa "escola sem rival" onde aprendemos os rudimentos da fé e o valor de uma vida inteiramente consagrada ao serviço do Mestre.
A. S. London afirmou, certa vez, mui acertadamente: “Extinga a Escola Bíblica Dominical, e dentro de 15 anos a sua igreja terá apenas a metade dos seus membros”. Quem haverá de negar a gravidade de London?
As igrejas que ousaram prescindir da Escola Dominical jazem debilitadas, enfraquecidas e prestes a morrer. Aquelas, como a Igreja do Nazareno, que mantêm a Escola Dominical como base do trabalho continuam crescendo e fazendo discípulos à semelhança de Cristo.